terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Descobri.

"A cada novo dia percebo a minha incapacidade de deixar de amar as pessoas, interessante que parece fácil pra muitos deixar para lá. Amar hoje e amanhã simplesmente não amar mais. Não acredito que seja assim a face do verdadeiro e inocente amor. Há quem diga que se for amor tem dia e hora pra acabar, como tudo na vida, como um ciclo. Tudo começando e tudo terminando. Há coisas que precisam chegar ao fim pra outras iniciarem, eu acredito que é uma progressão, uma evolução, mas que ali permanece e que as coisas evoluem e não deixam simplesmente de existir. Então, vai saber se existe uma maneira certa ou se cada um vê de fato diferente, talvez porque o sentir também é diferenciado. Seja o amor em qualquer das suas faces, vejo como um sentimento eterno, duradouro, que ali permanece, seja modificado, se transformando em um carinho intensificado, diferenciado, seja amor em forma de amizade, que vejo como o mais belo amor. É aquele amor de querer bem, de fazer bem. É o estar ali pelo outro, na verdade é o estar ali por você, mas pra muitas vezes apenas fazer bem a quem está ao lado, vejo como o estar ali gratuitamente, sem pedidos, até sem razão. Não poderei entender o pensamento completo de outro ser, também porque não posso entender todos os meus pensamentos. Já que todos nos conhecemos melhor à medida que os anos passam, e não podia ser tão divergente dos demais. Se desde que nascemos, nos conhecemos um pouco, por que questionamos e pedimos tanto que o outro nos compreenda melhor que nós mesmos? Somos simples, embora complexos. O pensar nos faz humanos, nos faz únicos perante os outros seres que abrigam conosco, mas temos uma forma semelhante entre si, embora pensamentos bastante desiguais. Sempre com muito em comum, inclusive com muito de anormal. Porque o normal pra mim poderá não ser o normal pra você, apenas questão de conceito, ou de visão, vai lá saber se de vivência, não é verdade? Por isso só cada um sabe quanto dói e quanto alegra ser quem somos. Mas podemos nos apresentar aos demais dia a dia, assim como somos apresentados a nós mesmos, certo? Vamos aprender a viver, vamos dialogar mais e perder mais tempo com o convívio e não com a distância do ser chamado gente. Na verdade vamos aproveitar mais o tempo com as relações humanas e não ficar apenas preocupados em progressos tecnológicos ou com o capital, é preciso priorizar a relação humana, afinal não somos máquinas. Logo, a manutenção do ser chamado homem não está atrelada ao dinheiro, embora muitos pensem estar, mas a manutenção do ser humano está conectada a mente, aos sentimentos e as necessidades pioneiras que todos temos. Por isso temos de priorizá-las, inclusive focarmos nas relações e no convívio com outrem."

Jacqueline Litwak

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