"Quando é chegada a época natalina, independente de enfeites e das luzes que se colore
a cidade, passo a me contagiar com um clima sereno, um clima saudável e
estimulante. Passo também, a fazer um balanço, de alguns marcos do ano, de
novas metas a serem esboçadas e futuramente alcançadas. Retenho os pequenos
detalhes e atitudes que vou levar comigo, estas que não tem preço. Penso
inclusive no que devo deixar para trás, e nesse deixar para trás posso listar
tudo o que não me faz ou não me fez bem, seja deste ano que termina ou de
outros que já não lembro tão bem. Começo a enumerar momentos que me odiei
por ter sido mesmo sem intenção cruel, e em atitudes que poderiam ter sido
menos impulsivas. Relembro o que eu mesma fiz pra tornar o ano saudável e ter
conquistado as pessoas. Penso em quem quero carregar comigo e quem não me
faz bem. Penso e me preocupo com aqueles que insisto em ter por perto, mas que
não me acrescentam nada positivo. Revejo aqueles momentos que eu posso não
repetir, repenso no que fiz pra me sentir mal e no que fizeram também. Analiso
alguns conselhos, capto alguns. Aprendi e reaprendo com o vivido e absorvido,
enxergo o que posso e quero mudar também. Como aprendo a não apenas acolher o
que dizem, mas selecionar o que faz sentido, o que não faz. Não temo e nem me
privo a mudar de opinião, como não nego a afirmar coisas contrárias ao que
antes afirmei, pois hoje sei que isso faz parte do amadurecimento e que minhas
opiniões não são intactas e absolutas. Passo a querer viver mais, a fazer
as mesmas pessoas e até outras se sentirem bem também. Mas penso primeiro em
estar bem, afinal preciso estar disposto e composto para ajudar outro alguém.
Penso no bem que eu me causo e contagio os demais quando resolvo ficar bem.
Observo, escuto e paro pra aceitar com a cabeça erguida, que não vou estar a
todo o momento certa, entretanto poderei aprender com meus próprios erros e
evoluir também. Tenho para mim, que ninguém terá o direito de apenas julgar ou
criticar por criticar. Passo há ter cada dia mais consciência, que cada um,
inclusive eu mesma, tem o direito de estar com raiva, indignado ou o que quer
que seja, mas isso não nos dará em qualquer circunstância, o direito de sermos
rudes e cruéis. Listo mentalmente os pontos que quero acrescentar em mim e
aqueles pontos que preciso modificar para que o convívio comigo mesma seja
suportável. Foco no que me faz mover, no que me dá vida. Preservo o que há de
melhor em mim e preservo, agradeço e cultivo aquilo que me faz bem. Preocupo-me
em ser gente. Paro e penso, as pessoas foram feitas para serem amadas e
respeitadas, como eu também. E por isso, aprendo, a impor respeito, os
dando cada vez mais respeito. Aprendo a ficar de pé, mesmo em meio aos tantos
tropeços. Aprendo também a me perdoar e a crescer com a minha própria falta de
jeito. Enxergo que tudo é questão de aprendizado, e nada é uma simples perda de
tempo, se eu sei me colocar perante as circunstâncias e aproveitar o que vem
pro bem. Procuro melhorar o convívio com outrem, mas porque me fará bem também.
Almejo ser ainda mais capaz, sábia, responsável pelos meus atos e mais feliz,
porque assim poderei fazer feliz também. E a vocês meus caros grandes
amigos, ou não tão amigos, mas que convivem ou conviveram comigo, eu agradeço o
aprendizado, a perseverança e principalmente a paciência. Que vocês, amigos,
possa eu carregar não ao lado, mas nas costas quando preciso for. E que vocês
possam me acolher também. A vocês, de pé, meus aplausos!"
Jacqueline Litwak
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