quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Deixa que digam, que pensem que falem...

"Pessoas falam, quando querem e como querem. Pouco se perguntam se cabe a elas ou não, e de repente se estão a falar com propriedade. Muitas vezes com intenções, noutras não. E quer saber, tem hora que isso pouco importa, pois há coisas que não cabem aos demais, cabem talvez perguntas, mas não questionamentos. Que os outros têm haver com minha ou sua vida pessoal? Será que cabe alguém me julgar ou deixar de julgar? Acho até gozado o direito que alguns pensam ter sobre suas decisões, suas condutas ou suas ações. Pois eu bem concordo com o respeito, zê-lo ao outro, com a parte de que tudo posso até o ponto que não interfiro na vida alheia, tudo posso até o limite de não me caber mais. As coisas são certas ou erradas, isso na verdade se torna muito relativo, já que muita coisa é reflexo de nossas experiências, de estarmos de repente inseridos em diferentes mundos. Mundos estes, onde os valores são distintos, o certo e errado também, já que dependem de contextos, experiências e vivências. E não é à toa que me vejo a achar graça de cobrarem algo que se acham no direito sem nem o tê-lo, e cabe a nós, cortar tais direitos, mesmo não dados. Porque cada um fará o que lhe couber, mas caberá a mim, aceitar ou não. Conviver, talvez me seja necessário, mas não é preciso conviver continuamente com tal fato, digo, não preciso aceitar as condutas alheias, como ninguém tem porque aceitar as minhas. Se acha ruim, que fale pra que eu possa modificar, que mude ou se mude. E ta aí, sou a favor da liberdade de expressão, de ir e vir, e de ser o que lhe couber ser. Problema do mundo se resolver me virar às costas, opto eu por viver a minha vida do jeito que me cabe, que me convém... cabe a mim fazê-la melhor, a conduzindo ao que quero, mudando minhas atitudes em prol disto, em prol de ser além do que posso ser a cada minuto. Se alguns escolhem parar, estagnar, azar o deles, eu escolho seguir em frente, ir além dos meus próprios limites, e se torno redundante o discurso é por querer o efeito da ênfase. Que pensem, que digam, que falem. Pouco me interessa, estarei cercada dos que me interessam. Serei firme, segura de mim, me projetando em melhores ares, em planos mais elevados. Sou quem sou, e me mudarei sim, a cada momento, mas por mim, não simplesmente porque alguém quer ou se sente incomodado. Farei bem e pelo outro, se assim for da minha vontade, se assim não for, mais provável que eu nada faça.” 

Jacqueline Litwak

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