terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Do samba

"Eu fui fazer um samba pra falar de apego e do lance casual, mas me peguei na corda bamba, entre a saudade e o respeito primordial. Desequilibrei-me de um jeito que quem conhece, já desconhecia tanto desassossego. Parece até que fisgaram tão de jeito, que já não importava quantos dias teria, queria de todo jeito. E acontece que esse sujeito resolve ir embora e leva teu sossego. Já não acerto as horas, já não me esqueço do seu jeito. Chega a faltar ar, já que saudade criou raízes e parece não ter hora pra vazar. E aí recordo do porquê, afinal, você me lembra do samba e então ressalto que pra fazer samba, só não pode faltar compasso e um charme natural. Pois do seu gingado não esqueço e do lance que seria casual, já não me resta alternativa, é preciso ir embora, porque me pedes e sem demora. Fico tão sem jeito que abro espaço e desacelero tão sem freio, mas não adianta querer esquecer-me e sumir de todo jeito. Porque da lembrança não poderá sair por sua escolha e nem a qualquer preço, estará nos momentos e nos pequenos encaixes por hora desfeitos.” 

Jacqueline Litwak

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Pra você.

"Fiz um texto pra você, se vai gostar, não posso saber. Mas só espero que possa ler, e ouvir, que de você tive o prazer bom que já não podia crer. Estou triste e torto, sem você já não sou tão solto. Perdido em mim e o pensamento em ti, quero o prazer do convívio com você, se incomodo não for lhe trazer. Sabe, sinto falta da sua risada gostosa, do humor raso e da vaidade tão certa. Sinto mesmo, falta do teu contato, e, mais ainda, das nossas conversas paralelas. E eu quem pensei não poder me apegar, me sentir a vontade ou poder abraçar. Sinto falta do teu bom dia, a seu modo, com seu jeito de caminhar. Do acordar com certa pressa, da gentileza e até mesmo, da pouca conversa. Quero teu olhar, teu curvar, teu gostoso despertar. Sabe, eu queria poder te olhar. Mas já não me cabe espaço, talvez também não haja mais contato. E quer saber, a saudade continua a apertar. Pode vir a acalmar, mas de você, eu ei de lembrar. Se tem que ir, vá depressa, sem tanta espera, me diga que ficará ainda mais esperta e que não lhe custei o caminhar. Voa, meu bem. Fica bem, fica certo, e que de perto, eu te sinta bem."

Jacqueline Litwak