terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Do samba

"Eu fui fazer um samba pra falar de apego e do lance casual, mas me peguei na corda bamba, entre a saudade e o respeito primordial. Desequilibrei-me de um jeito que quem conhece, já desconhecia tanto desassossego. Parece até que fisgaram tão de jeito, que já não importava quantos dias teria, queria de todo jeito. E acontece que esse sujeito resolve ir embora e leva teu sossego. Já não acerto as horas, já não me esqueço do seu jeito. Chega a faltar ar, já que saudade criou raízes e parece não ter hora pra vazar. E aí recordo do porquê, afinal, você me lembra do samba e então ressalto que pra fazer samba, só não pode faltar compasso e um charme natural. Pois do seu gingado não esqueço e do lance que seria casual, já não me resta alternativa, é preciso ir embora, porque me pedes e sem demora. Fico tão sem jeito que abro espaço e desacelero tão sem freio, mas não adianta querer esquecer-me e sumir de todo jeito. Porque da lembrança não poderá sair por sua escolha e nem a qualquer preço, estará nos momentos e nos pequenos encaixes por hora desfeitos.” 

Jacqueline Litwak

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