terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Navegar é preciso...

"Navegar é preciso, viver não... Outro dia alguém me disse isso. E claro, estava eu de ouvidos bem abertos, embora no momento, nem tenha compreendido a dimensão do que havia escutado e captado. Pois é, mas que verdade bem dita. Por quais mares navego eu? Não importa em qual mar, não me valerá de nada toda extensão dele, se dele eu não fizer qualquer proveito. O mesmo ser que pode me fazer a observação, de importância e veracidade, me falou de maneira sutil e serena. Pra este ser, a linguagem lhe era muito peculiar e diria familiar. Aí cá eu hoje, deparo com a interação de uma citação no contexto do dia por si só, da vida de maneira ampla e até específica. Cá, nós estamos e cá ficamos, quando cismamos em empacar, em ancorar e pra quê mesmo? Ah, claro, pra alimentar medos, preguiça, insucesso e improdutividade. Logicamente pra realização própria e satisfação do eu. Acorda você, acordar-me-ei eu, ou então, esperaremos nós, a próxima tempestade, pra quem sabe se deixaremos que leve os males e pesadelos; e acordar-nos-ão a iluminar um novo dia, do qual aproveitaremos tal como se apresentar, a minha, ou à sua própria pessoa. Eu quem sou de de tamanho acentuado. Acentuado pra beira, desacentuado pra riba."

Jacqueline Litwak

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Valores, aonde danado estes foram parar?

"Valores trocados, esquecidos ou camuflados...
No hoje, deparo-me com troca de valores,
Deparo-me também com ausência de pudores.
O que passa na cabeça dessa gente?
O que passa na mente e na cultura de tantos inconsequentes?
Será que os valores estão sendo perdidos?
Ou melhor dizendo, será que estarão quase todos, os deixando para trás?
Aqui neste círculo, onde não enxergo valor,
O que me fez vir aqui e permanecer, por momentos que seja, me pergunto uma, duas, três, até zilhões de vezes...
Pois, não há nada que me faça, conseguir me misturar.
Não, não consigo me contaminar.
Não consigo ver como natural ou normal, sabe?
Não faz parte da minha cultura, muito menos da minha própria conduta.
Não que eu esteja julgando eles, mas onde foram parar os valores?
Ou, que tipo de valores ainda há neles?
Há algum? Há pudor? Há respeito?
Fico a me martelar com essas interrogações, sim, interrogações gigantes.
Fico perplexa, custando a enxergar essa desvalorização.
A ausência do se importar...
Custo a aceitar, que seja esta, uma forma de se preocupar.
Não, não, não...
Se pra viver bem com eles é preciso aceitar,
Ou até acostumar.
Não, muitíssimo obrigada.
Verdade, obrigada, mas estou caindo fora.
Fora, fora mesmo, pra bem longe de vocês.
Desta vez eu me recuso completamente a caminhar próximo sequer,
Pois eu não quero vir a perder os valores que tenho,
Não, quero não, não quero vir a me contaminar.
Isso só pode ser um tipo de doença,
Ou ausência de sanidade mental,
Ou não, ausência apenas de valores,
Ou até, ausência de valor para comigo.
E aí que tá, a parte mais crítica.
Afinal, se eles não valorizam a mim, que faço eu ainda aqui?
É, cai na real, mostra tua cara, mostra teu valor.
Que se eles não te valorizam, poderá o problema estar apenas em ti.
Então, agora, fujo eu daqui.
Fujo, fujo mesmo, corro mil léguas...
Terei fôlego sim, bastante.
Porque o que vale pra mim, é que agora, vocês perderam todo e qualquer valor.
Já que me impediram de valorizar vocês, quando continuamente ficaram a me negar, um mínimo de valor.
Valor este, que sempre tive e sempre terei,
Quer eu não tenha deixado em evidência,
Quer vocês tenham se negado a enxergar.
Mostro eu agora, toda a minha cara, minha identidade e amarra.
Solto mais uma inclusive,
E não venha tentar me prender ou me fazer voltar,
Se deste canto parti,
Tenha certeza, custou-me, porque tentei, sofri, me torturei...
Mas hoje, já não há, nenhuma razão pra me fazer ficar.
E cá pra nós, se souber você, recuperar algum valor,
O faça logo, pois se eu tiver partido por inteiro e pra bem longe.
Fique certo, jamais voltarei, e se eu voltar,
Jamais será pro lugar de onde parti,
E nem será pro lugar em que você deseja.
Talvez um dia eu volte,
Mas só se houver lugar aqui, onde eu me sinta completamente confortável.
E te afirmo, aqui é onde eu jamais quis estar, ou não desta forma, e não volto a ficar.
Não, não desta maneira, não neste caos.
Neste caos que nós criamos, vocês criaram e permanecem, sabe?
Achando lindo, encantado.
Vendo como o máximo, por acreditarem que essa libertinagem...
Sim, libertinagem, que isso não poderia receber outro nome, não.
Afinal, não trata, jamais trataria, da chamada liberdade,
Divertimento talvez, mas não quero pra mim isso não.
Esse tipo de diversão sem valor,
Sem pudor, sem importa-se...
Isso passa a ser um tipo de desvalor, talvez ainda além...
Como eu, exclusivamente eu, pra que não haja julgamentos inclusive.
Nem meu, nem seu, nem de ninguém...
Eu vejo sim, como falta de respeito.
E se o respeito se foi, não há mais motivo algum pra permanecer.
Pois, no fim das contas, sem respeito não há mais nada,
Se não, no máximo, apelo.
E não, apelos não são suficientes pra proporcionar qualquer bem estar.
Apelos não são suficientes pra tornar algo importante, não."

Jacqueline Litwak

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

De repente

"Em um momento recebemos algumas palavras, e então, pode vir a surgir, uma pergunta; por qual motivo estas palavras haveriam de ter sido mencionadas? E será, que em um bom momento? Aí que naquele instante, talvez não o fosse, mas em breves instantes, poderemos vir a deparar com um acontecimento qualquer, onde podemos precisar daquelas palavras, ditas em um momento. Até sem nos darmos conta, mas se estivermos atentos, refletiremos sobre elas, ditas em um momento certo, porque delas faríamos uso brevemente. Alguns cismariam em pensar que tudo tem um propósito, outros em deixar passar e achar banal, um outro alguém pode levar como algo feito por alguém sem propósito, mas teve uma utilidade; e se nos damos conta, tudo pode nos ser útil. Com atenção, tomaremos conhecimento do que temos em nossa volta, do que temos para desfrutar, no que há em nossas mãos. Se estivermos desatentos, em um instante poderemos vir a notar, mas poderá já ter passado; e do passado não se move nada, se reflete, se conclui, se inspira e aprende; pela percepção, pela valorização, mas não haverá retorno. Então, ao invés de permitir qualquer tipo de arrependimento, ou decepção por deixar algo passar, que tal, utilizarmos o que se foi, pra fazer melhor o que virá? Que tal, nos concentrarmos um pouco, buscando atenção para os pequenos detalhes, dos simples e breves instantes, que de repente, nos deparamos e de repente, vão deixar lembranças, ou uma marca qualquer. De repente tudo se altera, e de repente, estamos na própria esfera. Estar inteiramente no ponto em que nos encontramos, é viver o instante por inteiro, é enxergar qual nos é apresentado; que poderá não ser qual como é, mas não será imperceptível. Porque não podemos viver em dois lugares ao mesmo tempo, o que podemos é deixar de estar em todos eles, por tentar estar em mais de um por vez."

Jacqueline Litwak

No acordar.

"Um dia você acorda e se dá conta que não é mais uma mera criança. O destino resolve te pregar muitas peças, e aí, você se sente perdido. Nessa hora o tempo parasse congelar e você se pergunta, aonde é que estou indo? E quando se dá conta, já não sabe aonde está indo e qualquer lugar parece ser um bom caminho a seguir. Um caminho até não escolhido, parece fazer todo sentido. Ao longe surge um abrigo, e a medida que o tempo descongela tudo passa a ter formas a sua volta. Aí, talvez o mundo deixe apenas de ser mundo, por segundos, minutos, ou até tempos. E você volta a sonhar, pois neste mundo de gigantes, não poderíamos ser meros aprendizes. Poderia eu, ser nanico em estatura, mas jamais em visão. E temos cá conosco, uma caixinha de surpresas, com tanta novidade, que nem sempre pagamos pra ver. E segue um horizonte tão pleno que os indivíduos cismam em arrumar mais obstáculos. Alguns se negam a florescer, agindo como um tinhoso, mas as crianças evoluem, necessitam evoluir. Sabendo o valor disso que chamamos de vida, a magia que começa aonde o seu mundo tem partida. E no mundo, poderemos ser do tamanho de nossos sonhos, onde a cada segundo uma nova surpresa pode surgir e fazer tudo melhor e mais descontraído. Se o seu mundo for o mundo inteiro, terás vida, alegria, amor e lar. Com caminhos sinuosos e estreitos, com sorriso em excesso e satisfeitos. Já não me canso de erguer a cabeça e rumar mais a frente, pois descobri que a graça da vida, é a possibilidade e na verdade a existência de novas lutas e viagens em volta de um mundo onde cabem os nossos sonhos. Ou diria melhor, de um sonho onde estará verbalizando e dando formas ao nosso mundo. Cá estou, lá vou eu, saltitante e cantarolando. Com a alegria que nunca se viu e a disposição que jamais se teve, estaremos vivos e estando também de braços abertos, de peito sossegado e com abraço sincero, vamos desfrutando da maneira mais saudável. Com pequenas partículas carregadas daquela energia boa que se emprega naquilo tudo que fazemos, com amor e louvor. E aí, a vida ganha sentido, nós ganhamos sentido perante a vida."

Jacqueline Litwak

domingo, 15 de janeiro de 2012

Em um segundo tudo muda...

"Instantes, segundos, momentos, minutos...
tudo passa depressa, tudo passará.
Flashes e uma trilha sonora inteira na cabeça,
aquilo lá que permite que a vida passe toda em um segundo.
Caminhando passo a passo, paralelas, cruzamentos,
desentendimentos e breves encontros que ficam por momentos.
É aí que tá, precisamos seguir o que nos move, o que move o nosso mundo.
Tudo passa depressa, tudo passará.
Num instante tudo muda e o que é preciso deixar ficar?
É preciso saber viver, saber crer, aceitar, amar, perdoar...
Sabe o que é preciso, acredito que apenas saber amar.
O respeito vem junto, o apreço vem junto, o encantamento vem junto.
Contenta-se até descontente,
contenta-se por saber que existe ali,
que é real ao sentir, é real por fazer sentir."

Jacqueline Litwak

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Sem chaves


"Em meio ao andar descompassado
Deparei-me, com um olhar fixado
Por não estar focando, acabei por ver em foco
Sem intenção, parei ali, bem junto de ti

No abraço sossego, no olhar muitas vezes desespero
No aconchego apreço, no distanciar entristeço
Junto ainda existe esperança, em pensar na partida lembrança

Sem trancar o coração, sem estender logo a mão
De repente, no caminhar tropeiro, acabo eu em teu leito
Numa estação, breves momentos
Qual me apareceu, cá cativou

Um encanto, com desencantos
Desafio, por vezes aperreios
De onde surgiu, uma sensação nova me sorriu
Sinto-me viva
Talvez nem sempre a sorrir, mas na torcida

Quis não deixar livre o coração
Até nem quis estender a emoção
Esperei por quietação
E aqui me apareceu exaltação

Com você, amadurecimento
Na tua ausência, sensação de sofrimento
A vida trás, a vida leva
Não quero ir embora e nem ter pressa

Não pude trancar sentimentos
Nem consigo esconder desejos e apreços
Às vezes seria interessante me trancar
Ou até desejo guardar tudo apenas dentro de mim."

Jacqueline Litwak